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Brazuca

Há traços de brasilidade que extrapolam a tela janela e encontram em cada um de nós da plateia uma risada, um suspiro, uma sensação, enfim, de reconhecimento. Quer seja no modo de fazer cinema de guerrilha, alternativo, corajoso, quer seja no modo como a preservação da memória e dos arquivos dos que já se foram permanecem como restos vivos em nossos modos de criação, ou ainda em como alguns traços culturais mais generalizantes de brasilidade como a loucura por futebol não conseguem driblar as necessidades, a fome e a injustiça social. Tudo se resume à grana ou a falta de grana no sistema em que vivemos?  A representação de um movimento brazuca que dê conta das discrepâncias sócio culturais e políticas em nosso país tem no último filme dessa sessão, uma resposta até certo ponto divertida, até certo ponto irônica, no movimento de uma turma de crianças atuando como grupo organizado e contra-cultura na fabulação das narrativas infantis anti sistema. Estaríamos ainda na infância de um projeto de Brasil ou é nas propostas dos jogos infantis que encontraremos respostas possíveis na busca por melhores representações de nós mesmos e de nossa cultura?

A Chegada do Trem Fantasma à Estação Serra da Borborema - Ivan Cordeiro e Paulo Cunha (Brasil, 16')

Em 1981, em Olinda, Amin Stepple Hiluey (1950-2019) iniciou um curta-metragem em super-8 intitulado "A Chegada do Trem Fantasma na Estação Serra da Borborema". Com Ana Farache no elenco, seria uma homenagem às donas de casa e atrizes do antigo cinema por quem o diretor se apaixonou quando as viu na adolescência nas telas do Cine Capitólio, em Campina Grande. Infelizmente, o filme não foi concluído na época. Em 2022, após um sonho no qual Amin Stepple narrou cena por cena como o filme deveria ser, Paulo Cunha e Ivan Cordeiro decidiram retornar às imagens originais — que Ivan mesmo havia filmado quatro décadas atrás — e "concluir" o projeto da mesma forma como foi relatado no sonho. É um super-8 legítimo, afetivo e anárquico, assim como os que foram feitos no Nordeste do Brasil durante a ditadura militar.

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Máquina de Projetar Memórias n.1 - Luiz Rosemberg Filho - Arthur Frazão e Mili Bursztyn (3’33”)

Os corpos celestiais enunciam algo no meio de seu mistério. A lua fica vermelha, o planeta chora, a queda é mais profunda do que poderíamos imaginar. Escondido, algo espreita. No meio, um réquiem ou talvez uma elegia. A incerteza como um caminho que nos leva a uma catástrofe que não sabemos se é passada, presente ou futura. Mas que é, sem dúvida, uma memória profunda de um segredo sombrio. Os sussurros quebrados de uma selva ferida.

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Quartas-de-Final, ou porque eu decidi torcer contra o Brasil - Dario Lopes, Vinicius Campos de Lima (Brasil, 10')

Após a dolorosa derrota da equipe brasileira na Copa do Mundo de 2023, torcedores de um país entristecido dão novo significado à derrota, promovendo reflexões que transformam a frustração em celebração e a tristeza em alegria. Samba, cachaça e futebol pintam o cenário de um momento cultural essencialmente brasileiro.

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Dinheiro - Sávio Leite e Arthur B. Senra (Brasil, 4’50”)

Veio da China e se propagou pela terra.

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Manual do Zueiro Sem Noção -  Joacelio Batista (16’)

A crise estrutural crônica característica do século XXI da Era Comum, e sua resultante perplexidade política, são as razões para o surgimento abrupto da guerrilha sem sentido no século XXI.

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