Parte 1: Experimentos Materiais
 

Poesia, filme, luz, vida. Um trecho da Nona Elegia de Rilke introduz este filme silencioso que evoca a beleza e a brevidade da vida. Imagens tremulam em uma luz peculiar. Nós vemos apenas vislumbres.

Um filme sobre ver e ter visto. Totalmente processado à mão e editado com grande cuidado, SEE/SAW é composto por uma série de desvanecimentos em íris - comumente encontrados em filmes mudos para sinalizar o início ou o fim de uma cena - reapropriados como uma abordagem formal que enquadra o desejo de ver e lembrar. - C. Egleston

"A furadeira elétrica é novamente usada em 'inteiramente sagrado' (2017), não como suporte, mas para criar imagens perfurando diretamente o plano do lme: Kerr perfurou um furo em um rolo de lme não revelado e deixou-o absorver a luz da lua. Depois de processado e digitalizado, os buracos feitos pela furadeira são completamente pretos, com bordas douradas-amarronzadas, em contraste com o tom azul e roxo escuro da tira de filme intacta. Kerr manipulou digitalmente os resultados, desacelerando e alternando o ritmo com que este círculo se move pela tela. O furo negro se torna um oposto metafórico para a própria lua; a imagem é tanto um produto da luz da lua quanto um símbolo de sua ausência." - Stephen Broomer, Art E Trash

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"Imagens Emergentes" é um documentário experimental sobre a preservação cinematográfica e o destino das imagens que são abandonadas. Através de uma conversa telefônica entre uma ativista dos direitos das mulheres e um ex-prisioneiro político, enquanto discutem as obras dos cineastas Dušan Makavejev e Bojana Marijan, passando pelos filmes da Revolução de 1979 no Irã e os vídeos da revolta das mulheres iranianas, este filme retrata o irresistível desejo das imagens de ressurgirem e serem vistas. (Filmado em película 16mm e vídeo digital).

"Filme Arranha-céu" é uma colagem de filme feita à mão, sem uso de câmera, criada a partir de retalhos de filmes órfãos em 16mm dos anos 1970 e 1980, bem como de raros filmes caseiros datados de 1929 e 1954, também no formato de 16mm. Esses filmes são elaborados pelo cineasta para criar uma colagem abstrata por meio da técnica de Levantamento de Emulsão/Enxerto de Emulsão. Com essa técnica, o cineasta retira manualmente a camada de emulsão da tira de filme e posteriormente a coloca em outra tira de filme. Dessa forma, uma colagem de celuloide é criada e, em seguida, reanimada.

"Menos" é um fluxo de movimentos processado manualmente e não editado. Após subtrair a maior parte do que ocorreu diante da câmera, o que resta são vestígios de luz e ritmo, traços de um corpo em movimento. Este foi o primeiro filme em 16mm de Chong e demonstra os ricos resultados que podem ser obtidos a partir de meios e técnicas simples e altamente restritas.

-Chris Gehman, 'The Independent Imaging Retreat', The Fabulous Festival of Fringe Film (Notas do Programa de 2004).

"Estamos Indo Para Casa" é um lindo filme surrealista que possui todas as características do filme de transe e muito mais. Ele é estruturado em torno de uma sequência de sonhos que não tem um começo ou fim real. O filme é, sem dúvida, uma homenagem aos Surrealistas, já que essas paisagens altamente processadas pertencem ao inconsciente. -Janine Marchessault, "Mulheres, Natureza e Química: Filmes Processados Manualmente do Workshop de Imagem Independente", Lux: A Decade of Artists' Film, Pleasure Dome/YYZBooks 2006.

Uma paisagem rural comum é transformada em um enigmático cenário onírico. Uma casa de fazenda fica em um campo de cobre de emulsão arranhada enquanto clarões solarizados iluminam o céu. Cavalos em tons divididos vagam de forma onírica pela tela em direção a uma escuridão subexposta e enegrecida. Cardos cor de cobre balançam ao vento, imponentes e estranhamente monumentais. A imagem processada manualmente em 16mm cria um mundo interior elíptico de memória e sonhos.

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Há alguns anos, descobri novas possibilidades para a criação de imagens em emulsão de filme usando a química interna das plantas. Essa técnica é uma combinação de fotogramas e quimigramas e, devido à falta de um termo preciso, nomeei esse método de 'fitograma'. Trabalhei com essa ideia no meu quintal, usando plantas e ervas disponíveis. Os dentes-de-leão se mostraram particularmente eficazes. Este curta-metragem é inteiramente dedicado ao poder e à beleza desta humilde planta. - Karel Doing

Kahgee, do território da Primeira Nação de Saugeen, desenvolve seu filme com dentes-de-leão (uma planta colonial) e trilliums (originárias do território de Saugeen) para considerar suas histórias (como chegaram à terra) e suas propriedades medicinais. "No centro da minha bolsa metafórica", escreve Kahgee, está "o conhecimento cultural que está profundamente entrelaçado com a terra". As plantas também estão conectadas à compreensão do mundo em termos de mudança, transformação, sobrevivência e interconexão. - Janine Marchessault & Philip Hoffman, "Harmonias em Flor: Ecologias Feministas do Cinema de Processo", Expanded Nature, Lightcone, 2022.

Ausências e traduções motivam esta animação experimental em uma exploração dos métodos e materiais de reprodução e inscrição. A investigação é enquadrada com base na teoria de Donna Haraway, retirada de seu ensaio "Pensamento Tentacular: Antropoceno, Capitaloceno, Cthuluceno". Imagens enigmáticas de filmes encontrados questionam a violência humana sobre as espécies animais. A vida vegetal é tanto o tema das imagens quanto auxilia os meios de reprodução fotográfica. As técnicas utilizadas incluem animação na câmera, impressões de contato e fitogramas criados pela exposição de filme de 16mm sobreposto com material vegetal e deixado secar por horas sob a luz direta do sol

Este é o poético lamento do cineasta cubano Marcel Beltran sobre seu país, conforme contado por seu pai nos últimos dias de sua vida. Beltran utiliza técnicas de processamento manual, solarização, tonalização dividida e coloração para refletir a profundidade das emoções que percorrem esse retrato de Havana. - P. Hoffman

"Filmado em Havana e processado na Film Farm de Phil Hoffman, 'Casa de la Noche' de Marcel Beltrán explora essas mesmas histórias do ponto de vista de alguém de dentro, como uma experiência vivida que é evocativamente espelhada através de celuloides rasgados." Chris Kennedy